sábado, 16 de maio de 2020

A renúncia de Teich e o caos no governo Bolsonaro * FNMT - BR


A renúncia de Teich e o caos no governo Bolsonaro
 
O novato ministro da saúde do governo Bolsonaro, Nelson Teich, pediu demissão hoje, com menos de um mês no cargo. Segundo a grande imprensa, o motivo determinante da renúncia foi a discordância do ministro quanto a proposta defendida por Bolsonaro acerca do uso da cloroquina, mesmo sem o menor respaldo médico ou científico.

Na verdade, Teich e Bolsonaro já há alguns dias vinham se indispondo. Teich em linhas gerais, seguia a linha defendida pelo seu antecessor no cargo, Luiz Henrique Mandetta, quanto a defesa do isolamento social; Bolsonaro por sua parte, expressando de forma mais direta os interesses de diversas alas patronais, sabota de forma militante a quarentena, propondo o retorno a chamada "normalidade" social, mesmo diante de um quadro de morticínio crescente no país e da perda do controle sobre a pandemia.
Com efeito, o governo Bolsonaro se afunda cada vez mais numa crise sem saída a vista. Em menos de um mês, três ministros deixam seus cargos diante de uma crise econômica, social, sanitária e política sem precedentes.

O desbaratamento da situação econômica, o recrudescimento dos contágios e mortes pela covid-19, e o colapso do sistema de saúde no país, tem arrastado todo o ambiente político nacional para um turbilhão, em que, a crise de hegemonia burguesa, põe as classes dominantes numa situação aberta de crise de governabilidade.

A situação conjuntural se torna dramática, na medida em que a classe trabalhadora mantém-se na defensiva, sobretudo devido aos reflexos nefastos das traições covardes por parte de suas direções hegemônicas, sobretudo o lulo-petismo, representantes da ideologia burguesa em nosso meio.

O impasse político em que se encontra o país, agravado pela paralisia do movimento operário e popular, cria um gravíssimo vácuo político, que está sendo manobrado pela extrema direita: diante de uma crise orgânica do capital de proporções meteóricas, a grande burguesia rompeu com qualquer política de conciliação e busca uma saída de caráter extremo. Ou seja, as manobras levadas adiante pelos quadros militares do governo Bolsonaro, somado ao apoio explícito que o miliciano tem nas casernas e nas Polícias Militares, mais seus apoiadores milicianos, religiosos e manifestantes verde e amarelo, vemos avançar diante de nossos olhos, a completa fascistização da sociedade, que pode entrar numa fase perigosa de irreversibilidade.

Os movimentos operário e popular precisam sair de sua imobilidade e paralisia. A conjuntura gravíssima, marcada por profundos ataques aos trabalhadores, precisa ter uma resposta resoluta e corajosa da classe trabalhadora brasileira, que mantém todas as condições para derrotar o governo Bolsonaro e barrar os planos genocidas e fascistas do grande capital.

***

Nenhum comentário:

Postar um comentário