A renúncia de Teich e o caos
no governo Bolsonaro
O novato ministro da saúde do governo
Bolsonaro, Nelson Teich, pediu demissão hoje, com menos de um mês no cargo.
Segundo a grande imprensa, o motivo determinante da renúncia foi a discordância
do ministro quanto a proposta defendida por Bolsonaro acerca do uso da
cloroquina, mesmo sem o menor respaldo médico ou científico.
Na verdade, Teich e Bolsonaro já há alguns
dias vinham se indispondo. Teich em linhas gerais, seguia a linha defendida
pelo seu antecessor no cargo, Luiz Henrique Mandetta, quanto a defesa do
isolamento social; Bolsonaro por sua parte, expressando de forma mais direta os
interesses de diversas alas patronais, sabota de forma militante a quarentena,
propondo o retorno a chamada "normalidade" social, mesmo diante de um
quadro de morticínio crescente no país e da perda do controle sobre a pandemia.
Com efeito, o governo Bolsonaro se afunda
cada vez mais numa crise sem saída a vista. Em menos de um mês, três ministros
deixam seus cargos diante de uma crise econômica, social, sanitária e política
sem precedentes.
O desbaratamento da situação econômica, o
recrudescimento dos contágios e mortes pela covid-19, e o colapso do sistema de
saúde no país, tem arrastado todo o ambiente político nacional para um
turbilhão, em que, a crise de hegemonia burguesa, põe as classes dominantes
numa situação aberta de crise de governabilidade.
A situação conjuntural se torna dramática,
na medida em que a classe trabalhadora mantém-se na defensiva, sobretudo devido
aos reflexos nefastos das traições covardes por parte de suas direções
hegemônicas, sobretudo o lulo-petismo, representantes da ideologia burguesa em
nosso meio.
O impasse político em que se encontra o
país, agravado pela paralisia do movimento operário e popular, cria um
gravíssimo vácuo político, que está sendo manobrado pela extrema direita:
diante de uma crise orgânica do capital de proporções meteóricas, a grande
burguesia rompeu com qualquer política de conciliação e busca uma saída de
caráter extremo. Ou seja, as manobras levadas adiante pelos quadros militares
do governo Bolsonaro, somado ao apoio explícito que o miliciano tem nas
casernas e nas Polícias Militares, mais seus apoiadores milicianos, religiosos
e manifestantes verde e amarelo, vemos avançar diante de nossos olhos, a
completa fascistização da sociedade, que pode entrar numa fase perigosa de
irreversibilidade.
Os movimentos operário e popular precisam sair de sua
imobilidade e paralisia. A conjuntura gravíssima, marcada por profundos ataques
aos trabalhadores, precisa ter uma resposta resoluta e corajosa da classe
trabalhadora brasileira, que mantém todas as condições para derrotar o governo
Bolsonaro e barrar os planos genocidas e fascistas do grande capital.
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário