sábado, 10 de julho de 2021

domingo, 18 de abril de 2021

COMUNICADO FRT * FRT/PCPB

 COMUNICADO FRT

 aos seus círculos, simpatizantes e companheiros de luta. 

 A Frente Revolucionária dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Povo Brasileiro se fundem: 
passos certeiros no caminho de construção da vanguarda da revolução brasileira:

 “Caminhamos num pequeno grupo unido por uma pequena estrada escarpada e difícil, segurando-nos fortemente pela mão. Estamos cercados de inimigos por todos os lados, e, quase sempre, é preciso caminhar sob fogo cruzado. Estamos unidos por uma decisão tomada livremente, justamente para lutar contra o inimigo e não cair no pântano ao lado, cujo habitantes nos acusam, desde o início, de termos formado um grupo à parte, preferindo o caminho da luta ao da conciliação...” ( Vladimir Lenin) 

 É com imensa alegria e satisfação, que a Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT) comunica a seus círculos, simpatizantes e companheiros de lutas, a importante fusão com o Partido Comunista do Povo Brasileiro (PCPB). 

 As propostas de aproximação e fusão das organizações, tem sido construídas já há algum tempo e se dá, sobretudo, pelo entrosamento de propostas e perspectivas de ambos os agrupamentos, que vão no sentido de darmos passos concretos para superarmos a grave fragmentação e divisão sectária reinante no seio das diversas correntes que reivindicam o marxismo em nosso país. 

 As duas organizações, desde suas respectivas fundações tiveram como norte, agrupar em torno de um programa revolucionário da sociedade brasileira, os melhores elementos da vanguarda comunista, comprometidos com a luta proletária e popular, rompendo com o infantilismo ultra-esquerdista sectário por um lado, porém sem acalentar por outro as mínimas ilusões eleitoreiras oportunistas, muito comum aos que capitularam ao cretinismo parlamentar. Como afirmamos em um de nossos Manifestos : “Visando colaborar no sentido de darmos os primeiros passos para a superação deste problema, propomos uma organização que aglutine o que pode haver de melhor entre os operários revolucionários, superando posições sectárias que se formam em critérios baseadas nas determinadas “escolas” marxistas: as diversas “escolas”, “trotskystas”, “stalinistas”, “maoístas”, “gramiscianos”, “lukacsianos”, etc., subdivisões que somente contribuiu para fragmentar o movimento comunista internacional. Ao nosso ver, nossa organização deve agrupar todos os revolucionários que aceitam o programa marxista da revolução brasileira e latino-americana; socialista, antiimperialista e que cumpram decisivamente os critérios estabelecidos internamente para um militante[...]”. (https://frenterevolucionariadostrabalhadores.blogspot.com/p/manifesto-frt.html). 

 A atual quadra histórica, marcada pelo acirramento da crise estrutural do capital e o auge de uma verdadeira guerra da burguesia contra os trabalhadores em todo o mundo, tendo o Brasil como o epicentro internacional da contra-revolução, torna imperioso o fortalecimento de um polo revolucionário comunista, homogêneo, que atue como um verdadeiro Estado Maior do proletariado revolucionário na sua luta de vida ou morte contra o capital. Portanto, superar o atual quadro de indigência orgânica em que se encontra a esquerda revolucionária no país, que impede de fato, um protagonismo político da classe operária no atual cenário dramático em que vivemos, é tarefa das mais importantes. 

 O governo genocida de Bolsonaro, ancorado nos militares entreguistas e representante direto dos interesses dos exploradores do povo trabalhador, somente se mantém, apesar da sua crise profunda e inabilidade política marcante, devido ao fato de que seu antagonista radical, ou seja, o proletariado, encontrar-se desorientado politicamente e desorganizado, órfão como classe, de uma vanguarda revolucionária profundamente enraizada no seio das massas populares, municiado com um autêntico programa de transformação revolucionária da sociedade. 

 Dessa forma, saudamos com muito entusiasmo esse importante passo dado no fortalecimento de um polo revolucionário, ponto de apoio e certamente um precursor do autêntico Partido Comunista da revolução brasileira. 

 Vida longa ao Partido Comunista do Povo Brasileiro 
 (PCPB)!
 *&*

quinta-feira, 15 de abril de 2021

EDUARDO PAES DEMOLIÇÕES S.A. * Jornal do Bairro/RJ

 EDUARDO PAES DEMOLIÇÕES S.A.

A história de Eduardo Paes não é segredo para ninguém. A começar por seus laços familiares. O demolidor do Rio - Cesar Maia - é seu sogro. Precisa mais? Essa família vem matando e quebrando a cidade há décadas. Todos sabem que para atingir o máximo de lucro, capitalista não respeita vida de ninguém. Todos se lembram das atrocidades cometidas por Brizola na construção da Linha Vermelha. Alguém tem notícias das indenizações? Todos se lembram do massacre cometido na construção do Metrô contra milhares de famílias atingidas pelas remoções, com processos rolando na justiça até agora. E na construção da Linha Amarela não foi diferente. A construção do BRT ainda está na justiça, mas os imbecis votaram no INIMIGO DOS POBRES, EDUARDO PAES. 
Ele já chegou deixando claro que o seu lado é o dos ricos, principalmente a indústria imobiliária. E quando anuncia uma demolição/remoção, a definição usada lá com seus "parsas" é HIGIENIZAÇÃO SOCIAL, uma expressão pomposa para EXCLUSÃO SOCIAL, 
visando reservar a cidade apenas para os privilegiados, tratando o espaço urbano como mercadoria a serviço do capital. É esse projeto que tem guiado as eleições dos prefeitos e governadores na NOSSA CIDADE. 
Mas para fazê-la efetivamente nossa, precisamos nos unir, nos organizar e nos abastecermos de muita disposição de luta, porque contra nós, tem milícias, polícias, jagunços, empresários e políticos de todo tipo, inclusive certos defensores dos trabalhadores. Por exemplo, neste momento, a Comunidade do Metrô Maracanã está sendo atacada, sem opção habitacional, sem socorro de tipo nenhum, e sem apoio de imprensa. Conta apenas com a solidariedade de alguns movimentos. Mas é pouco e precisamos fazer mais, muito mais!

COMUNIDADE METRÔ MARACANÃ

FOTOS DA VILA AUTÓDROMO



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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O Brasil rumo ao precipício: socialismo ou barbárie * Roberto Bergoci/SP

 O Brasil rumo ao precipício: socialismo ou barbárie

Por Roberto Bergoci

  Com uma taxa de desemprego oficial acima dos 14,6%, a subocupação ultrapassando os 30% da força de trabalho no país, desinvestimentos e fugas de capitais recordes (como no caso da multinacional Ford, mas não só) vemos agravar o desastre social que a cada dia se potencializa no Brasil de Bolsonaro-Paulo Guedes-Militares, deixando patente o verdadeiro fracasso do austericidio neoliberal que tomou conta do mundo há mais de 40 anos, como o regime de acumulação da burguesia "alternativo" ao fracasso da utopia "keynesiana". Somado às consecutivas altas exorbitantes dos preços dos alimentos, gás de cozinha e outros itens básicos de consumo popular, que segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ultrapassou os 16,41% nos últimos 12 meses (maior inflação dos preços de alimentos desde 1992), expressão da estrutura dependente, subdesenvolvida, reflexa e voltada para fora, de nossa economia, certamente entramos em tempos turbulentos do regime burguês brasileiro. O avanço do processo de queima de trilhões das reservas internacionais pelos mafiosos que dirigem a política econômica em beneficio dos grandes magnatas, aumento da divida pública em relação ao PIB e perda de dinamismo da economia, são potentes combustíveis para o alastrar da crise.  A generalização da crise estrutural do capitalismo mundial, que por aqui se expressou pelo fim do “boom de commodities”, estabeleceu um caldo de cultura caótico tanto econômico, como politico e socialmente. As políticas de arrocho neoliberais, posto em marcha por aqui pelo capital financeiro, demais frações oligopólicas  das classes dirigentes dos países imperialistas e as burguesias "brasileiras", desde os anos 1990, baseadas na valorização cambial, elevadas taxas de juros, sucateamento de estratégicas empresas estatais, privatizações, austeridade permanente, enxugamento da máquina pública, sucessivos superávits primários para privilegiar o parasitismo da divida pública, decomposição do mercado interno, etc; tem recrudescido o processo avançado de desindustrialização do país, desestruturação do parque industrial e reprimarização da economia nacional, fazendo o país caminhar para o retrocesso de quase 100 anos em suas forças produtivas e no padrão de acumulação. O Brasil já sofreu períodos históricos de grande vulto, em relação a regressão econômica e social, quando do fim dos ciclos da cana, do minério e do café, algo típico do capitalismo tardio, dependente, de via colonial e atrófico, voltado para complementar os países centrais e sem um projeto nacional autônomo próprio.

 No entanto, a gravidade do atual momento em que vivemos se baseia no fato de que, tal retrocesso em nosso nível industrial e de forças produtivas, se combina com uma sociedade altamente urbanizada, em que as contradições socioeconômicas beiram o insuportável para as massas. Uma coisa é o Brasil de economia primária-exportadora nos primórdios século XX, com uma população predominantemente rural; outra bem diferente, é um país retroceder a praticamente tal estágio econômico quando mais de 84% de seu povo habita os centros urbanos, demandando inserção no mercado de trabalho, serviços públicos, etc., num contexto de maquinização do campo, que impossibilita absorção de grandes contingentes de força de trabalho humana. O resultado disso será inevitavelmente o recrudescimento do pauperismo, decomposição social, proletarização da pequena  burguesia, "lupenização" de vastas parcelas da classe operária e demais trabalhadores, aprofundamento das políticas de repressão policial, encarceramento em massa da juventude periférica e fechamento do regime político, como forma de controle social (o atual projeto de autonomia em relação aos estados, envolvendo as Polícias Militares e Civil é expressão deste fato). 

 Em suma, vivemos no Brasil a combinação dialética de diversos elementos para uma profunda explosão social e das lutas de classes. O preço a se pagar por se manter na esteira da dependência e do subdesenvolvimento, fatores estruturais do capitalismo híper-tardio brasileiro, tem sido alto demais para as massas trabalhadoras. 

 A revolução socialista brasileira é mais do que urgente; de fato, é uma questão de sobrevivência para nosso povo envolto ao agigantamento da barbárie, produto do capitalismo senil. Superar o mero fato existencial de estar na condição de uma "classe em si", como massa bruta para a exploração, e avançar no sentido de se constituir como um sujeito revolucionário independente, com interesses históricos próprios e um programa de transformação radical de nossa sociedade, capaz de nos colocar na condição emancipatória de uma "classe para si", é a missão mais importante de nossa época.  

 Construir uma vanguarda revolucionária no país, que batalhe incansavelmente para se enraizar nas massas trabalhadoras, com um programa da revolução brasileira, manejando a guerra ideológica sem tréguas contra a burguesia; e fortalecer um movimento operário, sindical e popular de base e autenticamente classista, é tarefa para agora, da nossa geração.

 O capitalismo vive um beco sem saída e não tem mais para onde expandir suas forças e nem deslocar suas contradições como no passado. Os atuais acontecimentos que atingem em cheio o regime político em pleno coração do monstro imperialista, ou seja, os EUA, é reflexo dessa crise geral que como um tumor em metástase, se espalha pelo organismo social burguês como um todo. A regra do regime dos exploradores em franca decadência é a destruição em larga escala de massas humanas, forças produtivas, meio ambiente, etc. Diante de atual quadro, somente pode existir dois caminhos para a humanidade trabalhadora: revolução permanente ou barbárie permanente! 

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sábado, 14 de novembro de 2020

Realizado o Encontro Mundial da Classe Operária Antiimperialista * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT/BR

 Realizado o Encontro Mundial da Classe Operária Antiimperialista

 
Foi realizado nos dias 12 e 13 de novembro, o Encontro Mundial da Classe Operária Antiimperialista direto de Caracas, Venezuela. O evento, articulado pelas mídias digitais devido à pandemia de covid-19, foi convocado pela Plataforma de la Clase Obrera Antiimperialista (PCOA), impulsionada pela Vice Presidência da Classe Operária do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e pela Central Bolivariana Socialista dos Trabalhadores da Cidade, Campo e Pesca (CBST-CCP).

O Encontro reuniu mais de 300 trabalhadores e 61 delegações dos cinco continentes. Diversas organizações sindicais, populares e partidos operários se fizeram presentes. Particularmente do Brasil, participaram, além da Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT), delegados da central Intersindical e do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Foram organizadas duas mesas de trabalho, onde se debateu a necessidade de impulsionar em nível internacional, um conjunto de lutas sistemáticas contra as políticas econômicas neoliberais e os ataques imperialistas contra os povos. Segundo o camarada Nelson Herrera, comissário geral da PCOA, “A covid-19 tem desmascarado o capitalismo, removeu o véu. Os trabalhadores fortalecerão a unidade para enfrentar as corporações financeiras subservientes ao capitalismo”.

Para o líder sindical palestino Imad Temeiza, “É necessário aumentar a solidariedade humana em todos os níveis (...) para apoiar os povos que lutam contra os bloqueios econômicos e o imperialismo”. Karen Jarred, militante da Coalização de Sindicalistas Negros dos Estados Unidos e Canada, denunciando a pátria imperialista ianque, afirmou que “O covid-19 tem exposto as verdadeiras condições de exclusão social, em que vivem muitas mulheres, homens e crianças da classe trabalhadora estadunidense e canadense(...)o imperialismo nos está matando, o assassinato a sangue frio de George Floyd pôs no mapa esta situação(...)”.

O presidente bolivariano da Venezuela Nicolas Maduro, presente no encontro, por sua vez afirmou: “Cada povo seguirá seu próprio caminho, seus próprios líderes, nós temos encontrado o nosso caminho, o socialismo do século XXI”. Ainda segundo Maduro: “Ademais tentaram me assassinar por ordem de Donald Trump e as oligarquias mundiais, porém a Venezuela está de pé, na batalha e na vitória, seguiremos nosso caminho”.

Diversas outras intervenções antiimperialistas e em defesa da Venezuela por parte dos delegados operários, foram saudadas com entusiasmo. Nas mesas de trabalho se discutiu propostas e planos de organização em nível internacional contra o imperialismo. Além disso foi debatido projetos entorno da implementação de um ambicioso trabalho de comunicação anti-hegemônica, para fazer frente a guerra psicológica de quinta geração arquitetada pelo imperialismo com o auxílio da imprensa burguesa mundial contra os trabalhadores e países alvos da sanha golpista como Venezuela, Cuba, Irã, etc.

O companheiro Roberto Bergoci, representando a Frente Revolucionária dos Trabalhadores do Brasil, propôs “A formação de núcleos da PCOA nos países onde possuímos militantes, ativistas ou simpatizantes; estes núcleos precisam ser órgãos atuantes em seus países, divulgando através de um sério trabalho de imprensa e comunicação, os interesses dos trabalhadores e dos povos que lutam heroicamente contra a besta imperialista(...)que as atividades desses núcleos sejam centralizadas, articuladas e coordenadas pelos órgãos centrais da PCOA, afim de coordenar internacionalmente a luta revolucionária e antiimperialista”.

Ainda segundo Bergoci, “A atual fase de completa mundialização e apodrecimento do capitalismo, expressada nas políticas neoliberais em todo o globo, torna ainda mais imperiosa a necessidade de os trabalhadores lutarem e combaterem o capitalismo e o imperialismo internacionalmente(...)O internacionalismo proletário e a revolução socialista nunca foram tão urgentes e necessários como em nossa época de turbulências, questão decisiva mesmo para a sobrevivência da humanidade”.

O Encontro Mundial dos Trabalhadores foi um importante passo no sentido de articular em nível para além das fronteiras nacionais, a luta proletária e popular. Neste sentido, a PCOA já se coloca concretamente como uma entidade de Frente Revolucionária Antiimperialista Internacional, algo da maior importância para as lutas de classes da atualidade, devendo portanto, ser saudada por todos os explorados e oprimidos do mundo.

A Frente Revolucionária dos Trabalhadores do Brasil, no melhor espirito do internacionalismo proletário, brinda a vitoriosa e histórica iniciativa da PCOA, que se propõe levar adiante a grande lição de nossos mestres Karl Marx e Friedrich Engels: “Trabalhadores de todos os países , uni-vos!”.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

COMUNICADO FRT/BR

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES / FRT/BR

Comunicado

É com imensa honradez e satisfação, que recebemos o convite militante, revolucionário, dos camaradas e irmãos que compõem a Plataforma da Classe Operária Anti-imperialista, entre estes estimados, estão os companheiros do Partido Socialista Único da Venezuela (PSUV) e da Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores da Cidade, Campo e Pesca (CBST-CCP). Primeiramente gostaríamos de saudar vivamente a todos!

A Frente Revolucionária dos Trabalhadores - Brasil, tem pleno acordo com o projeto de criação de uma organização internacional de combate ao imperialismo e seus lacaios em cada país. É patente e inegável que a besta imperialista, historicamente tem contado com verdadeiros serviçais e mercenários em cada país alvo de sua sanha criminosa e de pilhagens.

Com o avanço da chamada “globalização neoliberal”, que na verdade é expressão do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo mundial, o grande capital imperialista e seus representantes em cada nação, tem recrudescido de forma selvagem a ofensiva quase sem precedentes contra os povos.

A superexploração da força de trabalho em nível mundial; a destruição da seguridade social em diversos países; mercantilização de todas as esferas da sociabilidade humana; destruição ambiental e fome; as guerras híbridas e convencionais, e a pilhagem destrutiva contra povos inteiros, dão mostras cabais de que o regime capitalista, hegemonizado pelo imperialismo estadunidense, impõe uma verdadeira realidade de barbárie e ameaça à própria humanidade para manter sua sobrevida senil.

Os golpes de Estado de “novo” tipo, assentados nas chamadas “revoluções coloridas”, que tiveram como laboratório os países do Oriente Médio e Eurásia, conhecidas como “Primavera Árabe”, tem atingido de forma muito grave a América Latina. Haiti, Honduras, Paraguai, Equador, Brasil, Bolívia, Nicarágua e, sobretudo a Venezuela, foram ou estão sendo vítimas do avanço golpista e genocida por parte do imperialismo, que diante de sua grave crise, precisa urgentemente garantir áreas de exploração neocolonial e zonas de influência, aprofundando dessa forma o subdesenvolvimento de nossa gente.

Dessa forma, vemos que o avanço destrutivo por parte do imperialismo contra a classe trabalhadora e os países oprimidos em todo o mundo, ganha corpo e sincronia. O grande capital financeiro transnacional, responsável pelos profundos ataques neoliberais que tem gerado uma legião de miseráveis e famintos pelo mundo, somente pode ser levado adiante porque a burguesia internacional, embora as contradições em seu seio, se encontra “unificada” em torno de tal projeto anti-povo.

Para fazer frente a tal projeto imperialista de escravização global, o proletariado e os povos explorados e oprimidos do mundo precisam se lançar numa verdadeira empreitada de lutas revolucionárias internacionalmente. Na atual etapa histórica do capitalismo, marcado pela completa internacionalização das forças produtivas e sua profunda contradição com o sistema de Estados, somente a luta para além das fronteiras nacionais da classe operária, pode derrotar o imperialismo e as burguesias lacaias.

Ao nosso ver, o bastião da luta anti-imperialista atualmente é a pátria bolivariana da Venezuela. O exemplo revolucionário, combatente e solidário do presidente Hugo Chaves e de todo o povo Venezuelano, é um verdadeiro exemplo para os trabalhadores do mundo.

Não é à toa que a besta imperialista há mais de 20 anos tem sabotado e procurado aniquilar esse bravo povo de Bolívar e Chaves. Não conseguirão!

Organizar um fórum que possibilite articular, coordenar e dar estabilidade às lutas revolucionárias e anti-imperialista internacionalmente é talvez, uma das mais Hercúleas tarefas de nosso tempo.

É neste espírito internacionalista e revolucionário latino-americano, que a Frente Revolucionária dos Trabalhadores do Brasil, saúda com muito entusiasmo a iniciativa da Plataforma da Classe Operária Anti-imperialista. Desde já, nos colocamos à disposição dos companheiros e manifestamos nosso interesse em integrar a Plataforma, contribuindo desde nossas modestas, mas valentes forças. Saudações revolucionárias!

Viva o povo venezuelano! Viva a América Latina Socialista!

Roberto Bergoci. São Paulo, Brasil, setembro de 2020.

 

Frente Revolucionária dos Trabalhadores – FRT/Brasil



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Urgente: Cai Governo do Líbano / FNMT/BR

URGENTE: CAIU O GOVERNO DO LÍBANO

DIANTE DA “REVOLUÇÃO COLORIDA”


O Primeiro Ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou nesta segunda feira(10/08)a renúncia de todo o Governo, que tem sido o centro de protestos pelo manuseio de cargas explosivas perigosas no porto de Beirute, levando à poderosa explosão que causou mais de 160 mortos e um amplo  devastação de parte da capital.Apesar da comprovação de que as toneladas de nitrato de amônia estarem armazenadas irresponsavelmente no porto, também existe a farta evidência de que a explosão foi provocada por um ato terrorista de sabotagem ao Líbano, justamente para provocar o estrangulamento e queda do governo de “unidade nacional”, integrado pelo movimento de resistência, o Hezbolah, à ocupação militar israelense na região.  "Hoje eu anuncio a renúncia deste governo. Que Deus proteja o Líbano", declarou Hassan, em um discurso televisionado no início da noite. Já o presidente do Líbano, Michel Aoun,  afirmou que a investigação consideraria se a causa foi alguma interferência externa, negligência ou um acidente.Michel  Aoun enfatizou que o :“Líbano não voltará a cair nos braços de potências estrangeiras”, sinalizando uma clara divergência com o ex-Primeiro Ministro, que disse pretender agora se juntar aos protestos. O Líbano atravessa uma dessas “revoltas coloridas”, protestos dirigidos pelo imperialismo contra “adversários indesejáveis”, na grande maioria dos casos governos nacionalistas burgueses que estabelecem algum nível de oposição a ofensiva neoliberal das corporações internacionais do capital financeiro. É fato que a crise econômica capitalista já vinha castigando duramente as condições de vida da população do país, não encontrando nenhuma alternativa de superação da crise no marco da manutenção do regime capitalista, gerenciado pelo governo de “unidade nacional”. A única perspectiva realmente progressista para as massas libanesas reside na revolução socialista e a instauração de um governo realmente anti-imperialista que rompa com a decadente burguesia maronita(cristãos pró-ocidente)que domina o país desde o século passado, com a retirada do império Otomano. 

(LBI)

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sábado, 8 de agosto de 2020

Beirute: acidente? Eduardo Morelli /APostagem

Beirute: Acidente?

Eduardo Morelli

A tragédia em Beirute no Líbano marcou esta primeira semana de Agosto em um ano já marcado por uma série de fatos insólitos de enorme gravidade como a pandemia do novo Coronavírus, a crise financeira global e o acirramento do conflito EUA x China.

Entretanto, em que pese o fato do problema no Líbano ser um fato lamentável por si só, um fato crucial precisa ser problematizado e pegou até mesmo analistas de renome de “calças curtas”. É comum na pressa analisar determinados fatos sem levar em consideração categorias de análise fundamentais como as questões do poder de difusão de informações e de apropriação dos fatos.

No mesmo dia do incidente, em vários círculos de análise política (tanto a da grande Imprensa monopolista quanto na chamada “Blogosfera” independente) houve uma pressa curiosa em concluir que a explosão em Beirute se tratava de um “desígnio divino”, ou seja, um azar muito grande que se abatia sobre os libaneses.

Esta postura chamou a atenção porque em que pese o fato de não haver uma investigação ainda minuciosa dos acontecimentos, as imagens da explosão não se encaixam no perfil de uma explosão convencional. Por mais que um acidente com nitrato de amônia seja um risco verificado em outras partes do Mundo – inclusive no Brasil – a explosão no porto de Beirute teve características muito próprias que suscitam no mínimo questionamentos diversos. Além do mais, o fato da explosão ter ocorrido no Líbano cria certamente um ar de suspense porque afinal de contas estamos nos referindo a uma região em disputa no coração do mar Mediterrâneo em um país vizinho da Síria e imbricado diretamente no conflito de interesses de superpotências globais. Se a explosão tivesse ocorrido na Samoa Americana ou na Polinésia francesa, sem querer desmerecer os habitantes destas ilhas do Pacífico, a linha de investigação poderia não suscitar tanta polêmica assim. Mas não é exatamente isso que quero retratar aqui e sim o problema da apropriação do fato e sua difusão.

Duvidar das versões dominantes é papel constante dos núcleos progressistas. O motivo de se valorizar a criticidade é simples: quem controla os instrumentos de comunicação de massas consegue subordinar todo o hall das coberturas posteriores em uma voz unificada, ou seja, o fenômeno do monopólio da informação. Cerca de 1 hora e meia após a explosão, já circulava nas principais redes de notícias do Mundo a tese de “acidente” ou “obra do destino”, um “azar” muito grande recaiu sobre Beirute, “rezemos todos pelos libaneses”, ou seja, a coisa já ganhava até tons místico-religiosos. Entretanto, para bons analistas, a leitura sentimental de natureza religiosa não costuma satisfazer – em especial se temos em mente os fatos históricos na mão. Como historiador, sei a importância desta Ciência para a leitura do presente. Em suma, o discurso preponderante sobre a explosão em Beirute foi tomado de um frenesi pouco contextualizado, em especial se tratarmos dos fatos que ocorrem no Mundo de 2008 pra cá (para usarmos uma prazo analítico menor). Eu me pergunto quem consegue tirar um diagnóstico de “azar do destino” menos de duas horas após o evento sem que uma investigação ocorra? Entenda que todo o conjunto de informações que se seguiram caminharam nesta direção como principal vetor de investigação. Por que devemos ser obrigados a acreditar? Até mesmo o Lejeune Mirhan, conhecidíssimo professor e analista dos temas árabes no Brasil e que se coloca no campo dos analistas críticos aderiu com extrema facilidade o discurso de acidente no mesmo dia do evento (na mesma noite). Sua alegação partia da observação da própria imprensa do Hezbollah que não se manifestou em torno de questionar a natureza da explosão nas primeiras horas.

Ora, nada surpreendente! O próprio Lejeune faz questão de mencionar que o Hezbollah não costuma provocar ninguém, apenas reage e se protege em casos necessários, ou seja, mesmo um grupo considerado pelos ocidentais radical se coloca na defensiva na cobertura das informações. Isso entretanto não quer dizer muita coisa porque a análise da Geopolítica independe do Hezbollah. O Hezbollah por exemplo não previu em sua imprensa o despertar da Revolução colorida em 2011 na vizinha Síria e que culminou numa das mais brutais guerras do Oriente Médio em anos recentes. 

Uma coisa que as esquerdas precisam compreender, sobretudo as reformistas é que desqualificar interpretações críticas e taxá-las de teorias “mirabolantes da conspiração” é um erro que a Burguesia deseja constantemente que se cometa. Se nós fossemos seguir esta lógica, o discurso crítico ao Golpe de Estado de 2016 no Brasil seria considerado “teoria” da Conspiração como a própria Burguesia se esforça diuturnamente em elaborar, num esforço que tem se provado inclusive difícil uma vez que não só as evidências como as provas do Golpe de Estado pululam por todos os poros, dentro e fora do Brasil. O tema do “Golpe de Estado no Brasil” já pertence até mesmo a cursos em Universidades no exterior!

Há quem discuta que Israel não tenha o interesse em agredir o Líbano no momento. De fato, não há indícios de que Israel esteja envolvido no caso por motivos que se provam óbvios, não há conjuntura política favorável local para uma agressão gratuita deste jeito. Mas isso não significa que o Imperialismo de conjunto não esteja interessado em bagunçar o Líbano. Um erro que vários analistas do Oriente Médio cometem é supervalorizar o papel de Israel no jogo de tabuleiro do Médio Oriente. Que Israel tem desempenhado um papel importante em servir de bucha de canhão dos interesses ocidentais na região não restam dúvidas mas o jogo vai além de Israel. E aliás, Israel é até vítima no caso porque assim como qualquer outra nação dominada, tem um governo completamente comprado pela rede de interesses estrangeiros e suas políticas, portanto, colocam os próprios habitantes de Israel em constante risco. Israel é vítima também, assim como os demais países da região.

Nada como o tempo para revelar que as coisas no Líbano vão muito além de azar. Tão logo a poeira da explosão abaixou e dias após, o próprio governo libanês colocou no hall de possibilidades interferência estrangeira. Mas, para muito além disso, quase que numa situação de auto-denúncia, manifestações tomam conta das ruas de Beirute contra o governo e com palavras de ordem ALTAMENTE controvertidas. Ao invés de “pão, terra e paz”, uma parte dos manifestantes exigem o retorno do controle do Líbano pela França! Isso mesmo que você acabou de ler! Uma das palavras de ordem como veiculado pela rede alemã de notícias Deutsche Welle deste sábado indica que uma parte significativa dos manifestantes protestam contra o governo central e exigem intervenção estrangeira no país. Se isso não é uma atuação de infiltrados que buscam incendiar uma “revolução colorida” no Líbano, o que é então? O povo libanês não quer ser colônia de ninguém. Será que a explosão mudou a opinião dos libaneses? Claro que não, estamos diante de uma tentativa de se emplacar uma “revolução colorida” no país aos mesmos moldes que levaram a Síria ao conflito civil em 2011. Em jogo, interesses estrangeiros abertos e explícitos na região no mesmo momento que uma crise global acontece onde EUA, União Europeia, Rússia e China se acotovelam no Oriente Médio sobre o controle de contratos tubulares de gás natural, jazidas de petróleo, rotas comerciais e mercados consumidores em uma clássica e corriqueira disputa Imperialista já vista inúmeras e inúmeras vezes na História recente. Devemos achar que tudo não passa de coincidência?

Mesmo que se prove por a + b = c que a explosão foi um acidente, nos livramos então da problematização política? De jeito nenhum. Não adianta fugir, todos os fatos do chamado Lebenswelt estão subordinados a relações sociais que por sua vez são pautadas por relações de poder. O caso Líbano não é um caso encerrado como a imprensa quis transparecer no mesmo dia. O caso Líbano é um caso político que a depender do desenrolar da situação pode revelar uma nova “Guerra Híbrida” na região.


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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Barrar a Ofensiva Imperialista * Comitê Pró-FNMT/BR


BARRAR A OFENSIVA
IMPERIALISTA

Barrar a ofensiva imperialista contra a 
Venezuela e a América Latina: criar
 um, dois, três Vietnãs!

Os Estados Unidos têm recrudescido sua política golpista e pirata contra a Venezuela no último ano. Seu cardápio de opções golpistas tem variado muito desde 2019 e vão do fracassado títere Juan Guaidó, completamente desmascarado e desmoralizado internacionalmente; da operação terrorista dirigida pelos Marines, na costa do país e esmagada pelo povo venezuelano; do açambarcamento colonial britânico das reservas de ouro bolivariano depositados no Banco da Inglaterra; e por fim do acirramento de criminosas sanções impostas diretamente pela Casa Branca em pleno auge mundial da pandemia de covid-19, no claro intuito de potencializar um verdadeiro genocídio contra o povo da Venezuela, para assim, segundo os intentos macabros de Washington, concretizar seu sonhado golpe contra o chavismo e levar adiante a completa espoliação da nação pelas mãos de seus serviçais internos.
Para incrementar a desestabilização interna da Venezuela, o imperialismo leva adiante em conluio com a imprensa capitalista mundial, sistemática guerra psicológica e de propaganda demonizando o governo Maduro e fecha um cerco contra a América Latina em cumplicidade com as burguesias nativas, redesenhando o mapa geopolítico da região. Para isso, desencadeou um verdadeiro processo de sucessivos golpes de Estado em todo o continente, recorrendo à extrema direita fascista, aos sistemas judiciários, parlamentos e Forças Armadas fantoches locais, levando ao poder gerentes lacaios e verdadeiros peões em países chaves como o Brasil, que, junto da Colômbia--enclave geopolítico de Washington-- apertam um torniquete contra Nicolas Maduro.
É verdade que, a ofensiva imperialista atual contra a Nossa América, também significa uma resposta da Casa Branca ao crescimento dos papéis de China e Rússia na região, considerada pelos escravagistas do Norte seu quintal desde a odiosa Doutrina Monroe; mas desde quando o comandante anti-imperialista Hugo Chaves chegou ao poder na Venezuela em 1998, é questão geoestratégica para a Casa Branca se livrar do chavismo e do nacionalismo bolivariano e impedir seu exemplo em toda a América Latina.
O agravamento da crise estrutural do capitalismo global, o esgotamento de fontes de exploração e depredação neocolonial na Terra e o abalo de sua hegemonia como potência dominante, faz com que o imperialismo estadunidense intensifique sua agressividade e rapina contra os povos, em busca de fontes de matéria prima, petróleo, mercado a ser explorado e mão de obra para produzir mais valor em detrimento de seus grandes concorrentes na arena da disputa do mercado capitalista mundial. Neste tabuleiro a Venezuela possui papel geoeconômico e geopolítico estratégico, devido suas enormes riquezas e potencialidades, sobretudo relacionadas às fontes energéticas.  Como disse o Embaixador brasileiro José Joaquim Moniz de Aragão, durante a Guerra do Chaco, em 1934: “Procuremos precisar quais os interesses em jogo na questão. Petróleo! Exclamam de todos os lados. O petróleo opera prodígios, tem ditado a política internacional das grandes potências, assentou e derrubou governos, abalou uma dinastia, criou fortunas fabulosas e conta entre os seus servidores estadistas dos mais notáveis”. (citado por Moniz Bandeira, no seu livro “Geopolítica e Política Exterior”).
Portanto, o que vemos é uma grande ofensiva criminosa de um império em franca decadência, contra um povo heroico e determinado. Dessa forma, é obrigação de todos os povos do mundo, defender a Venezuela, Cuba, Irã, Coréia do Norte, Síria, Palestina e todos os demais países oprimidos, assediados pelo imperialismo. Nenhum povo do mundo está livre de ser agredido pela beligerância imperialista, como nos diz o pensador estadunidense Noam Chomsky: “Nenhum país está isento desse tratamento (ofensiva imperialista), não importa o quão insignificante seja. Na verdade, são os países mais fracos e mais pobres que causam as maiores histerias”. (Noam Chomsky, “O Que o Tio Sam Realmente Quer”).
É nesse espirito internacionalista e anti-imperialista, que saudamos com muito entusiasmo a recente Plenária Nacional Bolivariana, organizada por partidos da esquerda brasileira, movimentos populares e comitês  solidários à Venezuela.
Defendemos o fortalecimento e maior articulação internacionalmente entre todos os fóruns e organizações, comprometidos com a defesa do povo venezuelano. É preciso fazer de Nossa América, um novo Vietnã contra o imperialismo, já enfraquecido pelo prelúdio de uma bem provável guerra civil em sua pátria, abalada por uma crise econômica, política, social e sanitária sem precedentes.
A causa da Venezuela e de Cuba, é a causa da revolução latino-americana contra o imperialismo e seus fantoches burgueses em nossos países, que perpetuam a miséria de nossa gente e o subdesenvolvimento.  Por uma Pátria Grande anti-imperialista socialista!

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quarta-feira, 8 de julho de 2020

A Derrotada ( e criminosa) Estratégia de Poder Olavo-bolsonarista: tornar a verdade irrelevante * Antonio João Lima / RS


A Derrotada (e criminosa) estratégia de poder olavo-bolsonarista de poder: tornar a verdade irrelevante
Antonio João Lima / RS
O fundamental nessa estratégia é a simples disputa de versões, criar sempre uma narrativa própria, mesmo que falaciosa ou universalmente questionável. E, a partir disso, aí sim, construir ou sustentar seu poder real. Seja pela agregação de força própria orgânica ou através da compra de alianças, seja pelo recorrente ataque sobre seus adversários, críticos, ou à própria realidade (como no caso da confusão nos números da Covid-19 no Brasil). É a política como guerra por outros meios. E, como lembrou o senador americano Hiram Johnson, “em uma guerra, a primeira vítima é a verdade”. Ainda que, no caso em questão, tenham se agregado táticas novas, como as orientadas por Steve Bannon, por pastores pentecostais enganadores e pelas milícias cariocas.
Cada um destes tópicos pode e deve ser analisado mais profundamente em futuros artigos. Todavia, por ora, vale a pena reuni-los como meio de abrir o presente debate. Retomo aqui o argumento central do deste artigo: para aqueles reunidos em torno da estratégia Olavo-Bolsonarista, a verdade é sempre irrelevante. Não importa a busca efetiva pela aproximação lógica, racional e “fria” com a realidade dos fatos.
É por isso que agora eles decidiram que vão maquiar abertamente os já subnotificados números da Covid-19 no Brasil. É por este mesmo motivo, inclusive, que eles desconsideram, e por vezes combatem o simples exercício científico. Ou então, se apegam tão facilmente às suas próprias “versões da realidade”. Como se tudo pudesse ter sempre pontos de vista igualmente respeitáveis e questionáveis, a exemplo da “natureza de esquerda do nazismo”, a “inexistência da crise climática global” ou a “cloroquina e isolamento vertical como soluções para o coronavírus”.
Pandemia esta, inclusive, que poderia, segundo eles, muito bem ser apenas uma invenção da “comunista OMS e imprensa globalista”, que usaria o “terrorismo midiático” com o objetivo de levar sua “aliança com o PCC Chinês ao controle mundial”. Qualquer absurdo pode ser apresentado como argumento razoável, nesta estratégia. Para seus objetivos, uma pandemia de informações desencontradas é tão útil quanto a própria pandemia do Coronavirus, como deixou claro o Ministro da destruição do Meio Ambiente de Bolsonaro.
Foi assim que a famosa mamadeira se tornou verdade para tantos milhões de brasileiros durante a eleição. Foi assim que uma facada muito oportuna elegeu Bolsonaro presidente da República, desobrigando-o a confrontar “suas verdades próprias” através dos debates. Mas a busca pela verdade, em todos estes casos, era irrelevante mesmo. O central era ter-se uma narrativa própria, capaz de ser aceita e defendida por sua turba, mesmo que soe absurda. E a construção e sustentação real de poder e enfrentamento, de forma paralela, como fruto concreto desta estratégia. A exemplo da compra do Centrão em meio à própria pandemia, com o único objetivo de evitar o Impeachment.
Não é difícil de se perceber que Olavo de Carvalho cumpriu um papel central na disseminação deste método, mesmo que hoje eles mostrem suas baixarias em público. Um estudo sistemático de suas falas ao longo das últimas décadas demonstra isso claramente. Por muitos anos, Olavo foi apenas mais um maluco, defendendo ideias absurdas que não faziam qualquer sentido. Por isso era um outsider em qualquer ambiente lúcido de debate. Fosse ele acadêmico, filosófico ou político. Olavo era símbolo do ridículo, assim como Bolsonaro, sua família e os generais de pijama da reserva (os poucos desavergonhados para ainda defender o golpe genocida de 1964 até pouco tempo atrás).
Entretanto, este covil de malucos passa a representar perigo efetivo quando se torna útil para aqueles focados em consolidar uma estratégia real de poder: as Igrejas Pentecostais de direita, os generais da ativa e forças internacionais com interesses no Brasil. Steve Bannon é outra referência central aqui, articulando líderes de direita por todo o mundo, dispostos a construir força real para este “novo eixo internacional do mal”, ainda que na maior parte das vezes baseados no referido desprezo pela realidade. Mas o enfraquecimento de Bannon e seu pupilo Donald Trump serão objeto de análise em outros artigos.
Nesta estratégia, aquilo que chamamos de Fake News não representa apenas a difusão de notícias sabidamente falsas. São instrumentos constantes e intencionais de disputa de versões, e servem perfeitamente à estratégia de criar “verdades próprias”, confusões generalizadas que justifiquem a mobilização de suas forças e o enfrentamento permanente de seus críticos ou adversários.
Observe que esta estratégia explica a postura Bolsonarista em todo e qualquer tema que você queira analisar. Você pode fazer o esforço de observar as reações deles frente a qualquer tema polêmico. A verdade é sempre irrelevante. Não há recuo para eles. Eles terão sempre sua própria versão para os fatos. Mesmo que isso represente a morte de dezenas de milhares de brasileiros, o sofrimento de milhões ou o colapso de nossa economia já deteriorada.
É isso que faz dos Bolsonaristas orgânicos um grupo irredutível, sem envergadura para rever posicionamentos. Capazes de defender abertamente a guerra civil, o fechamento do STF e Congresso e ameaçar o Estado de Direito sem medo. E isso será suficiente, enquanto alimentar sua matilha, e eles conseguirem preservar seu poder real na sociedade e, em especial, no aparato de Estado. Enquanto isso, eles seguem fazendo manobras escusas como ao longo dos últimos 30 anos, agora ajudando ainda mais seus parceiros a “passar a boiada”, enquanto seguem armando e treinando suas milícias “ucranizadas”.
Portanto, a estratégia de quem lhes faz oposição não pode recair sobre a disputa da verdade dos fatos, apenas. Torna-se uma luta eterna de “versões” sobre todo e qualquer tema, seja ele o enfrentamento da Covid-19 no Brasil, assim como o fato da terra ser plana ou não. Passar os números diários da pandemia no Plantão da TV e demais órgãos de imprensa agora aliados é uma ação histórica em defesa da liberdade de informação. Mas como diria o poeta, pode até ser uma boa rima, mas não é uma solução.
A ação daqueles que querem o bem do Brasil não pode mais passar apenas por denúncias diárias, ações isoladas ou unidades pontuais sem efeitos práticos. Chegou o momento de todos os democratas do Brasil se unirem em uma estratégia comum, que passará por somar sim todas as denúncias possíveis, mas também demonstrar que o impeachment de Bolsonaro é uma exigência imediata da quase totalidade dos Brasileiros e suas instituições. Haverá, certamente, reações de grupos fascistóides. E como sociedade precisamos estar preparados para elas. Mas não podemos perder de vista que apenas denúncias e manifestações de opiniões não serão mais suficientes. A verdade será sempre enfrentada pelos Bolsonaristas. A questão central é a questão do Poder. E esta passa, necessariamente, pelo impeachment imediato de Bolsonaro e o cercamento jurídico e policial de suas milícias.
(*) Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Nota de Repúdio * FNMT/BR


Nota de Repúdio
 do Comitê pela Frente Nacional de Mobilização dos Trabalhadores, às ameaças do militante do PSOL, Danilo  Pássaro, contra o PCO.

Na noite do último dia 30 de junho, Danilo Pássaro, filiado do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de São Paulo, base do ultra oportunista Guilherme Boulos (dirigente nacional do PSOL) e garoto propaganda dos jornalões burgueses “O Globo” e “Estadão”, foi junto de outros “bate paus”, até a sede do Partido da Causa Operária (PCO), ameaçar fisicamente e tentar intimidar os camaradas da direção do partido. Pássaro, claramente instrumentalizado por setores da burguesia, tenta controlar os atos contra Bolsonaro que tem ocorrido de um mês para cá na capital paulista, e assim como seu “padrinho”, Boulos, canaliza-los para uma via eleitoreira.
As tentativas de proibir que os partidos e organizações da esquerda levantem suas bandeiras e palavras de ordem em atos e manifestações, deixa claro que esses setores oportunistas traficam para dentro do movimento popular a política e os métodos criminosos da extrema direita bolsonarista. Estes elementos pequeno burgueses, pautados quase que abertamente pela Rede Globo, tem evitado ao máximo levantar palavras de ordem que vá além dos horizontes eleitorais burgueses e tentam manipular as mobilizações em torno da defesa da “democracia” dos ricos, que, nas atuais condições de decadência total do capitalismo mundial, nada mais é do que garantir os lucros dos grandes parasitas burgueses às custas de um verdadeiro genocídio contra o povo pobre e trabalhador.
Nós, do comitê pela Frente Nacional de Mobilizações dos Trabalhadores, repudiamos veementemente tais métodos gangsteres nas relações entre militantes da esquerda, como Danilo Pássaro covardemente fez contra o PCO. Não podemos em hipótese alguma, permitir que sejam reproduzidos em nosso meio, os mesmos métodos e moral dos mais encarniçados inimigos da classe trabalhadora.
Neste sentido, cobramos publicamente uma manifestação e esclarecimento por parte da direção do PSOL, visto que Pássaro até onde sabemos, é filiado a este partido. Ainda mais, cobramos uma posição das demais organizações e agrupamentos da esquerda brasileira e dos movimentos operário e popular.
Sabemos muito bem onde pode chegar tais métodos intimidatórios e criminosos contra uma organização da esquerda, e a quem e qual classe pode servir. Desde já, apesar de possuirmos importantes divergências com o PCO, estamos na mesma trincheira e nos solidarizamos intransigentemente aos camaradas deste partido.

Comitê pela Frente Nacional de Mobilizações dos Trabalhadores
FNMT
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quarta-feira, 1 de julho de 2020

A América Latina No Olho Do Furacão * Roberto Bergoci/SP

A América Latina no olho do furacão: 

o agravamento da crise orgânica do capital na raiz da nova onda golpista em nosso continente

(Artigo escrito por Roberto Bergoci  para Conaicop BR em 03.01.2020)

A América Latina no olho do furacão: o agravamento da crise orgânica do capital na raiz da nova onda golpista em nosso continente.

 Toda análise mais profunda, que envolva a totalidade do modo de produção capitalista, tem chegado a conclusões de que, tal regime entrou num longo período de declínio, crises constantes e regresso civilizacional. A crise profunda que hora vivenciamos na América Latina é um momento dessa totalidade, manifesta em uma de suas cadeias mais débeis, que é justamente o capitalismo dependente. Sem uma compreensão desse fenômeno em seu conjunto, fica impossível entendermos o que de fato nos atinge  em Nossa América.
 A crise contemporânea que abala a sociedade burguesa em seu conjunto, possuí um caráter dialético, pluri causal, como nos ensina Marx em seus três livros que compõem  O Capital: neste processo, vemos a combinação e ação recíproca influir uns sobre os outros, os problemas estruturais que envolvem o modo de produção capitalista, como superprodução, queda das taxas de lucro, sobreacumulação, financeirização, etc;  em suma, a manifestação da crise de valorização do capital em sua organicidade. Este processo se torna ainda mais dramático, sobretudo pelo fato de que, uma das características do capitalismo atual é ter entrado numa fase de completo amadurecimento e mundialização, onde deslocou já para quase toda parte do globo terrestre suas contradições, como já teorizado por Rosa Luxemburgo em seu importante livro “Acumulação de Capital”.
 Na verdade, como disse o economista marxista Robert Kurz em um de seus escritos: “Desde meados dos anos 1970 se multiplicam os sinais de uma séria crise da reprodução do sistema mundial produtor de mercadorias. Taxas declinantes ou estagnadas; desemprego em massa e ‘estrutural’ crescentemente desacoplado dos ciclos conjunturais tanto nos países desenvolvidos da OCDE quanto na periferia do mercado mundial [...] Tudo isso, por sua vez, é superposto pela cada vez mais ameaçadora crise do ecossistema em escala planetária: do “buraco na camada de ozônio” à destruição das florestas tropicais da África e da Amazônia, da propagação das zonas desérticas à contaminação das cadeias alimentares, da destruição dos sistemas ecológicos internos como os do Mar do Norte, dos Alpes e do Mar Mediterrâneo até a irreversível contaminação dos solos e da água potável etc.” (Robert Kurz, “A Crise do Valor de Troca”). Dessa forma, em concordância com outros importantes autores marxistas da contemporaneidade, podemos perceber que a atual crise, ao contrário das anteriores correspondentes ao capitalismo em sua fase de ascenso, atinge a totalidade  do regime burguês.
 O pensador revolucionário István Mészáros ensina que: “[...] a crise do capital que experimentamos hoje é fundamentalmente uma crise estrutural. Assim, não há nada especial em associar-se  capital a crise. Pelo contrário, crises de intensidade e duração variadas são o modo natural de existência do capital: são maneiras de progredir para além de suas barreiras imediatas e, desse modo, estender com dinamismo cruel sua esfera de operação e dominação.”(István Mészáros, “Para além do Capital”). E um pouco mais à frente Mészáros explicita a singularidade da atual crise  que, segundo ele, possui um caráter universalizante, atingindo todas as esferas da reprodução social.
 Pedindo já perdão ao leitor pelas longas citações-- que ao nosso juízo são essenciais para uma melhor compreensão do que ocorre na América Latina, tema de nosso texto--  segue Mészáros: “A novidade histórica da crise de hoje torna-se manifesta em quatro aspectos principais:
    (1) Seu caráter é universal, em lugar de restrito a uma esfera particular (por exemplo, financeira ou comercial, ou afetando este ou aquele ramo particular de produção[...];
    (2) Seu alcance  é verdadeiramente global (no sentido mais literal e ameaçador do termo), em lugar de limitado a um conjunto particular de países (como foram todas as principais crises do passado);
    (3) Sua escala de tempo é extensa, continua, se preferir, permanente, em lugar de limitada e cíclica, como foram todas as crises anteriores do capital;
    (4) Em contraste  com as erupções e os colapsos mais espetaculares e dramáticos do passado, seu modo de se desdobrar poderia ser chamado de rastejante, desde que acrescentemos a ressalva  de que nem sequer as convulsões mais veementes ou violentas  poderiam ser excluídas no que se refere ao futuro: a saber, quando a complexa maquinaria agora ativamente empenhada na ‘administração da crise’ e no ‘deslocamento’ mais ou menos temporário das crescentes contradições perder sua energia.”(Idem).
Pensamos que no geral, este seja o caldo de cultura do atual período de instabilidade e golpes de Estado envolvendo praticamente todos os países latinoamericanos. Isso não exclui, pelo contrário, se combina dialeticamente com as características próprias dos países em nosso continente, marcados pela dependência e subdesenvolvimento, tornando dessa forma os efeitos da crise orgânica do capitalismo mundial muito mais perversos em nossa Grande pátria.

Instabilidade, golpes e geopolítica do caos: a América Latina e o imperialismo diante da crise estrutural
 Nesta nova etapa do capitalismo mundial, marcado pela hegemonia  do capital financeiro fictício, o padrão de acumulação que caracteriza os países latinoamericanos é justamente o neoliberalismo.  O padrão de acumulação neoliberal é em si, a expressão da crise da produção de mais-valia, como consequência dos processos de intensificação da automação industrial poupadora de trabalho vivo, humano, o que Marx conceitualizou como o aumento da composição orgânica do capital.
 O regime neoliberal de acumulação trás em seu bojo, o incrível incremento da superexploração dos trabalhadores, desemprego crônico, recrudescimento da transferência de valor e de riquezas dos países dependentes para as metrópoles imperialistas, pauperismo absoluto das massas trabalhadoras e das classes médias, intensificação da marginalização e “lupenização” de vasta parcela das massas populares e etc.
 A América Latina vive entre os fins dos anos 1980 e inicio dos anos 1990, sua primeira onda neoliberal. Na época, o continente estava marcado pela crise da divida, fuga de capitais, desinvestimentos, grande estagnação econômica e etc. O imperialismo estadunidense e toda gangue representante do grande capital financeiro internacional e sua imprensa, aliados das oligarquias latinoamericas, viam sérios riscos quanto às suas condições de lucros e espólio. Nascia assim o famigerado Consenso de Washington, pilar da generalização neoliberal-neocolonial em nossa região.
 Este período se caracteriza entre outras coisas pelo assalto descarado aos ativos estatais por parte das multinacionais, através das privatizações. Boa parte das conquistas sócias foram destruídas pela via das “reformas estruturais”: trabalhistas, previdenciárias, etc. Saindo dos sanguinários regimes militares, o continente foi dominado pela ditadura do “deus” mercado, onde nossos povos eram literalmente imolados nesse altar da barbárie.
 Não tardou para que as revoltas operárias e populares colocassem um duro freio a esse genocídio social. Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador entre outros países, foram sacudidos por  verdadeiros processos de insurreições e\ou explosões sociais, derrotando duramente os governos títeres da Casa Branca.  Na sequencia, o continente  hegemonizado politicamente pelos governos nacionalistas burgueses, colocaram certo freio nas políticas neoliberais. O crescimento da economia mundial no período, sobretudo a ascensão da China como importante ator e  importador de matérias primas, estimulou a valorização dos produtos agrominerais, importante base de exportação de nossas economias dependentes.
 Tal conjuntura “favorável”, permitiu relativa melhora  nas contas externas de nossos países, transformados em importantes concessões aos povos trabalhadores e a pequena burguesia. No entanto, os pilares da dependência e do subdesenvolvimento jamais foram tocados pelos chamados governos “progressistas”. A submissão aos imperativos da divisão mundial do trabalho, a superexploração da força de trabalho, a crônica transferência de valor e riqueza para os países imperialistas não foram revertidos, apenas “aliviados”. Em suma, as relações de exploração e opressão se mantiveram com algum freio, mas em essência continuamos sendo países dependentes.
 A América do Sul em particular, se distanciou relativamente do Consenso de Washington, criando a ALBA, ou fortalecendo outros fóruns de integração regional como o Mercosul. Além disso, houve no período uma importante aproximação de países adversários dos EUA no âmbito geopolítico como Rússia e China, além da constituição dos BRICS e sua relação com a América Latina, que na prática, embora sua moderação, afrontava na região a odiosa hegemonia da Casa Branca.
 De forma muito sumária, podemos afirmar que tais fatores, conjugados  com a explosão em 2007-2008  de mais um momento da crise estrutural do capitalismo mundial, foram determinantes para por fim ao período que se inicia no começo dos anos 2000 em nosso continente, abrindo assim as condições objetivas para a atual quadra de barbárie em nossos países.
O neocolonialismo imperialista e o Ascenso do fascismo
 A América Latina vive atualmente um período de grande turbulência e caos econômico, político e social. A intensificação da crise mundial capitalista é a base do recrudescimento de todas as contradições que envolvem o capitalismo dependente.
 A burguesia imperialista e seus sócios menores na America latina tem levado adiante, como resposta à crise, uma verdadeira reestruturação do capitalismo em nosso continente: as formas políticas e jurídicas sustentáculos dos regimes políticos, estão sendo transformadas, “adaptadas” dialeticamente às novas necessidades de acumulação. Podemos dizer que um “novo” patamar de acumulação, baseado num grau muito mais intenso de superexploração e dominação neocolonial, esta sendo gestado em toda a América Latina.
 Fatores geopolíticos de primeira ordem também influem neste processo. A esse respeito, o imperialismo leva adiante uma verdadeira batalha de vida ou morte para minar a influencia de Rússia e China na região e estabelecer sua “nova” doutrina Monroe, através da dominação do Spectro Total, como dizia Moniz  Bandeira . A luta pela sua hegemonia incontestável, pelo controle ferrenho de fontes de matéria prima e energéticos no continente, além da dominação de importantes reservatórios de água potável, são a base da atual ofensiva imperialista contra a América latina.
 Semelhanças com o que fizeram no Oriente Médio não é mera coincidência: Washington tenciona trazer o caos planejado para a nossa região, através das chamadas “guerras hibridas”, ou seja, a intensificação de conflitos irregulares e indiretos, como tem demonstrado o importante  estrategista  Andrew Korybko. O papel desempenhado por exemplo, das igrejas neopentecostais nos atuais golpes de Estado no continente, em muito se assemelham as atuações fundamentalistas dos wahabitas sunitas  islâmicos no Oriente Médio.
 A militarização da região e o ascenso de agrupamentos fascistas tem sido outro instrumento mobilizado pela Cia e Mossad atualmente. Para levar adiante a espoliação radical de nossos povos, o grande capital imperialista tem de lançar mão de seu reservatório fascista contra as organizações de luta da classe trabalhadora  e quebrar a resistência das massas.
 A política de roubo e pilhagens do capital financeiro atualmente na America latina, somente pode ser conseguido até suas últimas consequências, através do terrorismo de Estado. O narco Estado colombiano é um modelo que os imperialistas planejam generalizar. O crescimento das milícias bolsonaristas no Brasil, suas relações com o narcotráfico, com as Policias Militares e com o alto Comando das Forças Armadas é sintomático disso. As repressões selvagens contra as massas no Chile e na Bolívia pelos golpistas fascistas, também são exemplos do que pode se generalizar no continente, tendo como caldo de cultura a intensificação da crise de dominação burguesa.
A América Latina Resiste!
 Os povos latinoamericanos resistem bravamente  aos bárbaros ataques das burguesias nativas e do imperialismo. Os trabalhadores chilenos são um exemplo a ser seguido por nossos povos. O recrudescimento das mobilizações contra o carniceiro Sebastian Piñera tem colocado a burguesia pinochetista chilena contra a parede e promovido uma verdadeira crise de dominação no país.
 O povo boliviano, como em outros momentos históricos se levanta contra o golpismo em seu país. Os golpistas lupens, verdadeiros peões da Casa Branca, Jenine Áñez, “Macho” Camacho e toda a quadrilha que usurparam o governo boliviano tem de promover um genocídio de fato contra as massas, para garantir o roubo mais vil à nação em favor do capital estrangeiro.
  Equador, Haiti e Argentina, dão mostras das tendências revolucionárias do povo latinoamericano no próximo período.
 No Brasil, a classe trabalhadora deste país precisa entrar em cena e por abaixo a gerencia entreguista do bandido miliciano Jair Bolsonaro. Os trabalhadores brasileiros podem desestabilizar o jogo de forças na região e arrastar a America latina para um grande ascenso antiimperialista revolucionário; para isso precisam romper a camisa de força de suas direções hegemônicas, comprometidas com a estabilidade do regime burguês decadente.
 De qualquer forma, não há no próximo período, qualquer sinal de recuperação consistente da economia capitalista. Pelo contrário, o que se vê no horizonte é o aprofundamento da crise estrutural e das consequentes turbulências políticas, que podem de fato generalizar na America Latina, a crise de dominação das burguesias nativas, fator que põe na ordem do dia a luta anti imperialista e a revolução socialista continental, em direção a Grande Patria Latinoamerica Socialista!
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