AUXÍLIO NADA EMERGENCIAL
Auxilio—nada—“emergencial”: enquanto premia de forma expressa os grandes capitalistas com trilhões, Bolsonaro e Paulo Guedes burocratiza o pagamento de míseros R$ 600 aos trabalhadores pobres
Depois de muita enrolação, o governo Bolsonaro começou a liberar hoje-09-04- o pagamento do chamado “auxílio emergencial”, de R$ 600 aos trabalhadores informais e desempregados, segundo o cronograma divulgado pela Caixa. De acordo com o jornal O Globo, a “Caixa Econômica Federal informou que já efetuou o pagamento da ajuda de R$ 600 para dois milhões de trabalhadores que têm conta no banco e 500 mil correntistas do Banco do A Brasil” e que “A expectativa é que ao menos 10 milhões de pessoas comecem a receber o benefício hoje” (O Globo, 09-04).
Apesar da aparência de normalidade quanto ao cronograma divulgado pela Caixa e o início dos pagamentos, tem crescido o número de pessoas que não conseguem se inscrever no site ou aplicativo do banco, para o recebimento do “auxílio”. Uma quantidade não pouca de trabalhadores que se enquadram nas regras para o recebimento, tem criado grupos no facebook, whatsapp e twitter, para protestar contra a burocracia do governo, Caixa e DataPrev e a falta de comunicação objetiva. O principal problema relatado pelos trabalhadores é um erro que aparece logo quando eles tentam acessar o aplicativo. Com isso, eles não conseguem nem iniciar o cadastro para receber o auxílio emergencial. Também os trabalhadores com algum problema relacionado ao CPF, o que equivale a uma parcela enorme da população localizada nas regiões mais pobres do país, não conseguem se cadastrar e nem ter acesso ao recebimento.
Burocracia proposital pelo fim da quarentena
O governo de Bolsonaro e Paulo Guedes, tem tentado pôr fim a quarentena decretada por praticamente todos os governadores e prefeitos do país. As constantes declarações genocidas de Bolsonaro para que “todos voltem a trabalhar”, está em contraste gritante com as recomendações básicas das principais autoridades sanitárias do mundo. Países que colocaram em prática aquilo que o miliciano prega, batem recordes diários de mortes decorrentes do contágio pelo novo coronavírus. Itália, Espanha e EUA são exemplos disso.
Expressando os interesses macabros dos empresários escravagistas e de setores das classes médias falimentares, Bolsonaro propõe levar os trabalhadores brasileiros ao abatedouro e promover uma mortandade sem precedentes de pobres no país, para que os lucros dos novos “senhores de engenho” sejam mantidos. Para isso, pretende dificultar os pagamentos do auxílio emergencial, provocando a fome, caos e instabilidade quanto às condições de existência nos bairros periféricos, visando atrair o apoio dos trabalhadores para sua proposta genocida, que certamente se levada adiante, provocará um colapso social.
Por outro lado, ao contrário de oportunistas pequenos burgueses, disfarçados de “esquerdistas”, como o deputado Marcelo Freixo e sua amiga Luciana Genro do PSOL, não temos as mínimas ilusões quanto aos supostos “humanitarismos” de gente como Mandetta, Dória e Witzel, que são verdadeiros carrascos da população mais oprimida da classe trabalhadora nas periferias e favelas de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, gerenciados por verdadeiros fascistas.
Aos capitalistas, tudo! Para o povo...
É importante ficar claro ao povo brasileiro, o caráter de classe do governo Bolsonaro e a quem ele serve. Enquanto dificulta por todas as formas o pagamento de uma esmola de R$ 600 a nossa gente num período de extrema gravidade, o estelionatário ministro da economia Paulo Guedes liberou de forma sumária e sem empecilho algum, R$ 1,2 trilhões aos banqueiros, que ano após ano, batem seguidos recordes de lucros sem contrapartida alguma para o povo trabalhador.
Bem recentemente Bolsonaro editou uma Medida Provisória que permite a liberação expressa de R$ 40 bilhões aos empresários com taxas mínimas de juros anuais, enquanto permite os criminosos cortes nos salários já miseráveis dos trabalhadores, além de acabar com os benefícios do PIS-PASEP, fazendo os explorados pagarem integralmente com a própria pele o custo da crise criada pelos capitalistas.
Enquanto afirma de forma criminosa ao vivo, no programa do fascista José Luiz Datena, que “cada família cuide de seus idosos” e que “o Estado não tem responsabilidade” por tal cuidado, Bolsonaro e Paulo Guedes tem entregado de bandeja bilhões de reais das nossas reservas internacionais aos especuladores financistas. Estes bandidos da banca e do grande empresariado esperam ansiosos a aprovação no senado e a canetada de Bolsonaro, da Proposta de Emenda Constitucional do “orçamento de guerra”, que na prática visa transferir um caminhão de recursos públicos produzidos pelo povo trabalhador, para os bolsos sujos dos magnatas capitalistas, ficando como herança para nossa gente, mais arrocho e sucateamento no seu padrão de vida e nos serviços públicos essenciais.
É preciso um plano de lutas e mobilização nacional do povo brasileiro, contra o genocídio social que estamos vivendo. Aproveitando da pandemia global, os grandes patrões capitalistas têm radicalizado o assalto aos cofres públicos e planejam manter de forma permanente, o arrocho implementado contra os trabalhadores durante a crise. Denunciamos a covardia e traição histórica das centrais sindicais que, diante de uma conjuntura tão adversa, mantém um silêncio cúmplice com Bolsonaro, Paulo Guedes e os patrões. A burocracia sindical brasileira e os oportunistas de “esquerda” que não largam seus cálculos eleitoreiros, são de fato os grandes fiadores do regime bolsonarista que ameaça a vida dos trabalhadores brasileiros.
Mais do que nunca, a classe trabalhadora brasileira precisa se armar de um programa que vá além dos limitados horizontes da sociedade atual. O capitalismo mundial vive uma enfermidade crônica, já em avançado estado de metástase, comprometendo a sobrevivência de todo o corpo social. Só a revolução socialista, que coloque abaixo toda a estrutura podre do capitalismo decadente, estatize o sistema financeiro, exproprie as grandes empresas, faça uma profunda reforma agrária e urbana, garantindo emprego, terra e moradia ao nosso povo, pode ser alternativa viável para uma sociedade condenada à morte.
COMITÊ PRÓ- FRENTE NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES - FNMT
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