Das carreatas da morte, assassinato de militante do PSOL à agressão ao morador de rua: o ascenso do fascismo no Brasil e como combate-los?
VIDEO
A extrema direita no Brasil tem se tornado cada vez mais ousada em suas ações praticas e nos seus discursos radicalizados. A cena revoltante da agressão praticada por um empresário bolsonarista, desferindo um tapa covarde no rosto de um morador de rua no Mato Grosso neste sábado-11-04-e a carreata da morte da extrema direita na capital paulista na mesma data, pedindo o fim do isolamento e defendendo pautas abertamente genocidas contra o povo trabalhador, são sinais claros de que uma direita tipo fascista está em pleno ascenso no país. Mais grave ainda foi o assassinato claramente político de Netinho, pré-canditado a prefeito do PSOL no Rio Grande Norte, também neste sábado, sem falar do assassinato ano passado de Josimar da Silva Conde, presidente do PSOL em Xapuri (AC). Desde pelo menos 2013, vemos pipocar em grande parte do país o crescimento de grupos abertamente neofascistas, sendo mais conhecido o chamado Movimento Brasil Livre-MBL. O grande capital imperialista, sobretudo estadunidense, tem financiado grupos com base na média e pequena burguesia, que se articulam politicamente amparados num programa neoliberal radical e numa espécie de darwinismo social agressivo, com vasto apoio da grande imprensa capitalista.
Esta relação orgânica de forças imperialistas com os agrupamentos da extrema direita brasileira, é reconhecido até mesmo por parte da grande imprensa internacional. Segundo o jorna britânico The Guradian:
“O Movimento do Brasil Livre começou a partir de uma ‘ansiedade para criar uma linguagem simples e espalhar e transformar o liberalismo econômico e político em uma força política relevante no Brasil’, disse Kim Kataguiri, 21, outro dos seus jovens líderes, que planeja se tornar deputado federal nas eleições do próximo ano.
Ele disse que alguns coordenadores do Movimento do Brasil Livre receberam treinamento da Student for Liberty, uma rede em defesa do mercado livre, que faz parte da Atlas Network, uma organização americana sem fins lucrativos que difunde ideais de mercado livre. Students for Liberty e Atlas Network receberam financiamento de Charles Koch , que com seu irmão David, controlam as indústrias Koch, que opera no campo de combustíveis fósseis, derivados de petróleo e petroquímicos.
Fabio Ostermann, cientista político independente, residente em Porto Alegre, no sul do Brasil, ajudou a fundar o Movimento do Brasil Livre e também foi membro do ramo brasileiro de Estudantes para a Liberdade. Ele foi bolsistas de verão no Institute for Humane Studies, na Virgínia, por três meses”( The Gurdian, 26-07-2017).
Esse crescimento dos agrupamentos da extrema direita--fundamentais para o golpe contra Dilma Rousseff em 2016-- defensora de um programa econômico ultraliberal agressivo e de regimes políticos fascistizantes, tem se tornado fenômeno mundial e foi muito bem analisado pelo pensador marxista brasileiro Moniz Bandeira (para o leitor interessado, propomos a leitura dos dois últimos livros de Moniz, “A Segunda Guerra Fria” e “A Desordem Mundial”, obras fundamentais para se compreender a complexa geopolítica atual, onde o autor trata de forma precisa, as formas de financiamento por parte do imperialismo e seus agentes, aos agrupamentos da extrema direita de tipo fascista em diversos países, visando promover mudanças de regimes).
No Brasil atual, podemos ver o bolsonarismo como parte deste fenômeno. A vasta campanha midiática anti-petista, tendo como caldo de cultura a Lava Jato, foram fatores de grande importância nessa involução política brasileira, mas não só: a evolução da crise capitalista, somado ao crescimento em todo o país das igrejas neopentecostais, a profunda doutrinação massificante por parte da indústria cultural no país, ligado à enorme deseducação política das massas promovida pelo lulo-petismo, formam o coquetel perfeito para o irracionalismo extremista que ora presenciamos.
O capitalismo atual, golpeado por profunda crise geral de acumulação e superprodução, não pode mais tolerar regimes democráticos estáveis; a resposta dada pela burguesia para salvaguardar seus lucros e seu regime de acumulação, só pode ser um sistemático conjunto de ataques às condições básicas de vida da classe trabalhadora e das classes médias. Os planos de austeridade neoliberal são a única alternativa dos capitalistas para a profunda crise sistêmica; isso equivale a um maior empobrecimento das massas populares e uma concentração criminosa de renda em favor das altas elites do capital financeiro.
O resultado disso será inevitavelmente as explosões sociais e convulsões de todo tipo por parte das massas no próximo período. As classes médias apavoradas com o fenômeno da decadência social e da falência, são a base dos peões “verde e amarelo” que celebram as falas genocidas do “mito”, quando este defende de unhas e dentes os assassinos do povo.
Este setor social já manifesta o que está por vir na próxima etapa da luta de classe no país. Vitimas da política econômica do grande capital financeiro sem se darem conta, a pequena burguesia, como classe intermediária e sem possibilidade de ter um programa próprio para defender seus interesses, auto projeta os valores e perspectivas da classe burguesa—seus carrascos—contra os trabalhadores, buscando saídas que de fato são benéficas somente ao capital monopolista. A atual apatia da classe trabalhadora e de suas direções burocráticas, podem abrir possibilidade para a completa fascistização da sociedade, e mesmo um golpe militar bonapartista ou de tipo fascista não podemos descartar.
O agravamento da crise econômica, que tem contagiado toda a política nacional e desestabilizado por completo o regime burguês, logo cobrará uma saída por parte das classes dirigentes, que precisam manter as condições de acumulação. Diante disso, como agiria a burguesia para manter o equilíbrio entre suas diferentes facções e caos social, senão por uma aventura bonapartista que possibilite quebrar a resistência operária e popular? A base bolsonarista, um hibrido entre grupos fascistas financiados pelo capital estrangeiro e nacional, e setores da pequena burguesia apavorada, não poderiam ser o instrumento para tal empreitada burguesa?
Isso é da maior importância às organizações da classe trabalhadora, pois um novo golpe dentro do golpe, poderia certamente levar a um completo fechamento do regime político possibilitando um esmagamento dos sindicatos operários, dos movimentos populares e da esquerda nacional. As polícias militares no Brasil inteiro, acostumadas rotineiramente a assassinar jovens negros nas periferias, reprimir trabalhadores grevistas e ocupações de sem teto, estão completamente adestradas para a guerra civil contra o proletariado e preparados psicologicamente para tal empreitada genocida; além do mais, são os principais setores da base fascista do bolsonarismo.
Portanto, a atual paralisia do movimento de massa no país, produto das capitulações seguidas das centrais sindicais, jogam sem dúvida água no moinho do fascismo dependente brasileiro, ao passo que sabota toda iniciativa de luta dos explorados. Em tal terreno, marcado por uma profunda crise econômica, política e social, que desestabiliza por completo o regime burguês, aliado à uma paralisia sem precedentes do proletariado, germina aceleradamente a fascistização da sociedade, o que é um risco enorme aos trabalhadores.
Diante de tal conjuntura, os trabalhadores precisam intervir na arena da luta de classes com seu programa e sua organização. Os sindicatos precisam sair da hibernação e os partidos operários, juntos dos movimentos populares devem romper com as “inocentes” ilusões constitucionais eleitoreiras e convocar imediatamente um Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, para deliberar um plano nacional de lutas e mobilizações. Em todos os bairros populares, nas favelas e periferias, é preciso organizar os Comitês Populares de emergência e auto defesa das massas. Os trabalhadores desempregados devem estar organizados junto dos operários empregados, defendendo desde já, a redução da jornada de trabalho e uma renda paga pelo Estado.
Se o capitalismo não consegue mais garantir condições dignas de existência aos trabalhadores, verdadeiros produtores da riqueza social, então que morra!
Defendemos desde já, uma Frente Nacional de Mobilizações dos trabalhadores, com um programa de poder operário e popular contra a “racionalidade” burguesa!
***
Perfeito companheiro,se o capitalismo não serve para produzir, vive de parasitar os impostos e bens dos estados, não tem como se retro alimentar produzindo bens, então que acabe. E os fasciatas doutrinados tem que ser detidos, se preciso na força.
ResponderExcluir